Há tantas ideias, dicas, desabafos, reflexões, confissões e inúmeros outros assuntos que poderiam ser compartilhados com vocês no blog…
São 5:30 da manhã e estou sentada em frente ao computador, acompanhada de uma xícara de café com leite quentinho, pensando na inconstância com que eu levo esse blog.
Tenho imenso carinho e certo orgulho por tê-lo criado, há 3 anos. Mas antes do fogãozinho, eu tinha um outro blog que se chamava “Nubia Brito”.
O blog “Nubia Brito” foi criado em 2015 e os post nele publicado beiravam a estupidez. Eram mal escritos, infantilizados e ingênuos. Eu compartilhava minha rotina de almoço e jantar daqui de casa, além de assuntos que me agradavam como dermocosméticos e produtos de limpeza para a faxina da casa.
Eu reconheço que os conteúdos publicados naquela época não eram capazes de cativar o interesse de muita gente. Foi então, que certo dia, consciente do ridículo que vinha fazendo apertei o botão deletar.
Me arrependo, de certa forma. Porque aqueles textos simplórios eram o registro daquela fase. Eu estava exageradamente animada com a mudança para Florianópolis, com a retomada do meu casamento após longo período de desemprego do Evandro, cheia de sonhos (…). O fato é que ridículo ou não aqueles post’s era o diário de alguém que evolui…
Há uma música do Gil que narra a nossa humanidade. Tenho ouvido com frequência e vou anexar aqui para que você possa ouvir também.
https://open.spotify.com/track/2mFXSimfXwb02qRA1xfJHk?si=8225e944069b4993
O tempo, a idade e a filosofia têm me ajudado a ser mais humana. De alguma maneira percebo linear superação da vergonha por compartilhar minhas fraquezas e angústias. Hoje tenho plena convicção de que dividir, com quem me acompanha, minhas inconstâncias, erros e acertos é mais útil e proveitoso que mentiras de uma vida perfeita como vemos todos os dias no Instagram.
Na data de hoje, o maior desafio que tenho enfrentado é encontrar tempo e disposição para atualizar esse blog. Ora tenho disposição e estou ocupada demais com a rotina de cuidadora da família e da casa; ora tenho tempo e o ocupo estudando filosofia e gastronomia, vendo TV ou ouvindo música com reflexões acerca da vida e (também) da viabilidade do Fogãozinho.
Para tudo que fazemos na vida há de haver um propósito. Qual o propósito do Fogãozinho? Não o levo como um trabalho. Talvez seja um diário aberto; um registro para a Catarina me conhecer melhor no futuro… Caramba, nem eu mesma sei.
O que consigo saber neste momento é que, de um lado, tenho em casa uma menininha de 3 anos saudável e ativa. Por ela eu passo aspirador na casa 2 vezes ao dia, sujo a cozinha toda para deixá-la cozinhar alguma coisinha e passo o dia todo guardando brinquedos. Isso não vai mudar, pelo menos nos próximos anos.
De outro lado, há uma Nubia inconstante nos pensamentos. Todo dia preciso tomar meus remédios para depressão e ansiedade – a doença crônica que vai me acompanhar enquanto existir. Mas, independentemente de doenças, há em mim alguém que não se conforma com respostas prontas e que busca com exaustão o sentido da vida.
A filosofia tem me ajudado. Posso compartilhar com vocês o que tenho aprendido (ou deixar essas ideias aqui registrada para a Catarina ler no futuro). Vamos ver….
Há uma ferramenta chamada Google Analytics. A gente o acopla no blog e ele registra quantos acessos tivemos, o tempo que as pessoas ficaram no seu site, de onde são e outras informações de dados.
Na data de hoje (21-5-2021) o mapa de acessos do Fogãozinho é esse da foto abaixo. O azul escuro (Brasil) representa a maior quantidade de acesso. O cinza representa nenhum acesso.
Saber que tem alguém até da Finlândia entrando no blog e lendo as coisas que eu escrevo me assusta um pouco. Então me pego tentando fazer artigos que sejam irretocáveis e acabo por não produzir nada.
Ah Nubia, mas como você é boba. Pessoas são pessoas seja aqui, seja na Finlândia. Nada que você compartilha tem o propósito de ser verdade absoluta e suas inconstâncias é um mal que pertence à sua raça. Se alguém pretender apontar o dedo na sua cara com alguma espécie de julgamento, que julgue –, farão isso de qualquer jeito.
A verdade é que o risco zero não existe e um dos objetivos da vida é a liberdade de pensamento –, o medo não devia achar lugar nisso.
Se formos honestos, a vida só ganha sentido no confronto com o outro. Razão pela qual a gente se reúne, conversa e discute.
É o hiper investimento do medo e da indignação que além de detestável gera um mundo tedioso.
Em mim, a indignação me indigna e o medo me dá medo –, eu assumo essa contradição.