Os 5 livros de autoajuda que você precisa ler em 2020

Os 5 livros de autoajuda que você precisa ler em 2020. 

 

Encontrar livros de autoajuda não é difícil. Num mundo tão diverso, tal como se apresenta, quem nunca teve uma crise, ainda que uma pequena, não o percebeu adequadamente.

Os dilemas humanos não são modernos. Henry Thoreau nasceu 1817 e disse que “A maioria dos homens vivem vidas de silencioso desespero”.

Embora nenhuma leitura seja vazia, porque um livro abre diferentes maneira de pensamentos, muitos seguem o caminho do simplismo, com pouco aprofundamento sobre o tema. Outros, infelizmente, são abertamente antiéticos – aproveitam das dores humanas para vender esperança infundada, geralmente com alguma associação religiosa.

Eu fiz um depoimento público da minha história como forma de agradecimento à Deus pela superação de alguns problemas que me adoeceram. Hoje, quando leio meu testemunho e comparo a minha história com tantas outras logo penso: por que adoeci por questões tão pequenas?…

A questão maior que preciso aprender diariamente é que depressão não é estado de ânimo, é doença. Para sempre tomarei um medicamento para controlar hormônios e contarei com a misericórdia de Deus para continuar em pé.

Tenho conhecimento de que alguma das coisas que escrevo ajudam de certa forma outras pessoas, mas a cada dia que passa creio com convicção que este blog é, em verdade, um diário pessoal de autoajuda. Ninguém mais precisa ler o que nele está escrito do que eu mesma. Preciso ler, refletir e colocar em prática – constantemente. A vida do homem é assim mesmo, uma luta constante pela paz de espírito.

Comentei no testemunho que busco maneiras alternativas de terapia. Isso se deu por uma condição: eu não tinha dinheiro para pagar pelos bons profissionais. Assim, comecei a ler e a ouvir qualquer coisa que parecia me ajudar (não foram poucos estudos que me trouxeram até aqui). Tudo colaborou, ainda que minimamente.  É como água que goteja num copo – se olharmos a gota parece irrelevante, mas depois de um tempo tem-se um copo bem cheio.

Ao invés de listar dezenas de livros que li, selecionei apenas 5 . São livros que recomendo a leitura para a busca do autoconhecimento– seja para quem precisa de autoterapia, seja para quem (acha que) não precisa – para estes, as informações trarão suporte para amparar alguém próximo.

São eles:

Escrito por James Clear, este livro quebra o estigma de que o sucesso (qualquer que seja) depende de uma grande ação.

James defende o valor das pequenas melhorias diária e faz uma analogia interessante com o bambu. Ele explica que um bambu mal pode ser visto nos primeiros 5 anos. Isso acontece porque essa planta constrói primeiro sistemas radiculares extensos no subsolo e só então rompe o solo e atinge 27 metros em 6 semanas.

De modo semelhante,  a aquisição de um bom hábito ou a eliminação de mau não têm a progressão linear que desejamos e por esse motivo são abandonados. Você está correndo todos dias há um mês e ainda não viu qualquer resultado ou embora tenha comido hoje uma panela inteira de brigadeiro, a balança não moveu muito quando você se pesou antes do banho.

É o acerto ou o erro de irrisórios 1% por dia que trás os grandes resultados.

James escreveu um manual para destruição dos maus hábitos e criação de bons. Ele fornece ferramentas práticas e nos entrega todo passo a passo. É um livro que merece ser grifado, resumido e lido muitas vezes. Eu, por exemplo, já li 2 vezes e vez por outra passo os olhos nos meus destaques.

Assim, recomendo a leitura de Hábitos Atômicos – livro que tem muito a acrescentar.

 

Adquiri esse livro pela ousadia do título. Pensei: qualquer coisa que faça relação com Harvard deve ser bom, afinal só um estúpido traria um título tão impactante a uma obra medíocre.

Digo isso porque Harvard é a imagem do intelecto refinado. Pode ser que haja quem discorde, mas fato é que pensar em Harvard é como pensar em Hogwarts, a escola mágica do Harry Potter – lugares não acessíveis aos trouxas.

Shawn Achor passou 12 anos no campus de Harvard e é um estudioso da psicologia positiva. Ele confronta a concepção de que felicidade é apenas um estado de espírito e defende que ser feliz é algo que requer prática e empenho.

Trata-se de leitura complementar ao livro Hábitos Atômicos que vale muito a pena.

 

Se você odeia as frases prontas e a positividade dos livros de autoajuda, esse livro é para você.

Sem rodeios, Mark Manson não economiza palavrões e ainda salpica, generosamente, porções de pimenta ardida sobre nossas reclamações pessimistas. Ele começa sua obra com o desanimador subtítulo: Nem Tente.

Esse livro é, sem dúvida, mais bem explicado por ele mesmo. Ler um trecho será mais esclarecedor que qualquer comentário que faça aqui.

O cérebro humano tem uma peculiaridade traiçoeira que, se não tomarmos cuidado, pode nos enlouquecer. Veja se isto lhe é familiar:

Você está ansioso porque precisa confrontar alguém. Essa ansiedade o domina, e você começa a se perguntar por que está tão ansioso. Agora, você está ansioso por medo de ficar mais ansioso. Ah, não! Ansiedade em dose dupla! E aí você fica ansioso com a sua ansiedade, o que causa ainda mais ansiedade. Um uísque, rápido!

Ou então, digamos que o problema seja a raiva. Você se irrita com as coisas mais idiotas e triviais e não sabe por quê. E essa tendência a se irritar tão fácil só o deixa mais irritado. E aí, em meio a essa raiva estúpida, você se sente vazio e cruel por estar sempre zangado, o que é terrível; tão terrível que você fica com raiva de si mesmo. Olhe o seu estado: você se irrita por se irritar com a própria irritação. Quer saber? Vou ali socar uma parede.

Ou você se preocupa tanto em fazer a coisa certa o tempo todo que começa a se preocupar com seu nível de preocupação. Ou se culpa tanto por seus erros que começa a ficar culpado por carregar tanta culpa. Ou se sente triste e sozinho com tanta frequência que só de pensar nisso acaba triste e sozinho mais uma vez.

Bem-vindo ao Círculo Vicioso Infernal. É provável que você já tenha passado por isso algumas vezes. Talvez esteja nele agora mesmo: “Nossa, eu entro no Círculo Vicioso Infernal toda hora… Sou mesmo um imbecil. Preciso parar com isso. É muita imbecilidade eu mesmo me achar imbecil. Tenho que parar de me chamar de imbecil. Ah, droga! Já estou fazendo de novo! Viu? Sou um imbecil! Argh!”

Calma, amigo. Acredite ou não, isso faz parte da beleza de ser humano. São poucos os animais capazes de formar pensamentos lógicos, e nós, humanos, temos o luxo adicional de conseguir pensar sobre nossos pensamentos. Assim, posso pensar em assistir a uns vídeos da Miley Cyrus no YouTube e logo depois pensar que sou um pervertido por querer assistir a vídeos da Miley Cyrus no YouTube. Ah, o milagre da consciência!

O problema é o seguinte: a sociedade atual, através das maravilhas da cultura do consumo e do exibicionismo de vidas incríveis nas redes sociais, produziu uma geração inteira que enxerga esses sentimentos negativos (ansiedade, medo, culpa etc.) como problemas. Veja bem, quando você abre o Facebook, vê todo mundo chafurdando em felicidade até não poder mais. Caramba, oito pessoas se casaram essa semana! E uma garota de dezesseis anos ganhou uma Ferrari de aniversário num programa de TV. E um moleque acabou de faturar dois bilhões de dólares por ter inventado um aplicativo que resolve imediatamente o problema quando o papel higiênico acaba.

E você em casa coçando o saco. É inevitável pensar que sua vida é ainda pior do que imaginava.

O Círculo Vicioso Infernal é praticamente uma epidemia, deixando muita gente estressada, neurótica e odiando a si mesma.

Nos tempos dos nossos avós, quando ficavam na merda, as pessoas pensavam: “Puxa, estou me sentindo o cocô do cavalo do bandido. Bom, é a vida! Vou voltar para a minha lavoura.”

E hoje? Hoje em dia, se você fica na merda por cinco minutos que seja, é bombardeado com trezentas e cinquenta imagens de gente absurdamente feliz com uma vida maravilhosa da porra, e é impossível não sentir que tem algo errado com você.

Essa última parte é a fonte do problema. Ficamos mal por estarmos mal; nos culpamos por nos culparmos. Ficamos irritados com nossa irritação; ansiosos com nossa ansiedade. Qual é o meu problema?

Daí a importância de ligar o foda-se. É isso que vai nos salvar, nos fazendo aceitar que o mundo é uma doideira e que tudo bem, porque sempre foi assim e sempre será.

[…]

Superficialmente, ligar o foda-se pode até parecer simples, mas no fundo a história é outra.

[…]

Ligar o foda-se é uma arte sutil. Sei que esse conceito pode parecer ridículo e que eu talvez soe como um babaca, mas estou falando de aprender a direcionar e priorizar seus pensamentos de maneira efetiva: escolher o que é importante e o que não é, com base em seus valores pessoais. Isso é bem difícil. Você vai precisar de um bom tempo de prática e disciplina, e muitas vezes não vai conseguir. Mas talvez seja a habilidade pessoal que mais vale o esforço. Talvez a única.

É um livro leve, de leitura divertida, mas cheio de reflexões profundas. Recomendo, fortemente, aos maiores de 18 anos.

 

Ed René Kivitz é um teólogo e um intelectual. Embora esteja a frente de uma igreja batista (IBAB) ele afirma não gostar de pastor, não gostar de crente, não gostar de religião e não gostar de igreja.

Ed não esconde de ninguém as dúvidas e fragilidades que enfrentou na sua busca pessoal de significado para a vida. Confessa as aflições que teve acerca do existencialismo, toma remédio para depressão e considera “blasfemo aquele que chama de vida apenas a sucessão de atividades inerentes à sobrevivência: comer, beber, dormir, procriar, trabalhar e ter prazer eventual”.

Ed consola com os mesmos auxílios de que é consolado. Graças a sua empatia a generosidade podemos usufruir de ensinamentos adquiridos a preço de muito estudo.

Em Vivendo com Propósitos, Ed fala com uma franqueza que é incomum aos pastores de um modo geral – para mim, foi leitura que trouxe alívio a inúmeras noites acordada sob o tormento das minhas reflexões. Acredito que pelo menos 80% da minha autoterapia fiz e faço com o Ed. Dificilmente passo uma semana inteira sem ouvi-lo –a IBAB disponibiliza seus vídeos no YouTube.

 

Conhece o versículo “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”? Conhecer a doença depressão sob o olhar técnico de uma psiquiatra nos ampara e fortalece na luta contra a doença.

Ana Beatriz Barbosa Silva aprofunda o tema e classifica os diferentes tipos de depressão, diferencia de demais transtornos, esclarece suas causas e traz opções de tratamento.

E não pense que se trata de um livro acadêmico, destinado aos estudantes de medicina. Dra. Ana escreve de maneira simples e acessível para mim e para você.

Conhecer o lado técnico da depressão ajuda eliminar o sentimento de culpa que todo depressivo carrega consigo. Como se não bastasse a profunda agonia causada pela doença, há ainda severa autopunição por estar doente. Seja porque ainda há quem diga que depressão é frescura, seja porque a culpa seja apenas mais um sintoma característico da moléstia.

E se você é um religioso, ouça com carinho que o te direi: Sabemos que a bíblia chama a depressão de Noite Escura da Alma e que apenas a luz pode clarear o que está escuro. Deus é a luz que ouve suas orações, mas a luz só será eficaz se somarmos oração + medicamentos + amparo psicológico, ainda que seja pelo meu método de autoterapia, através, por exemplo, da leitura desses livros que ora indico ou palestras e artigos disponibilizados aos montes na internet.

Digo isso porque sei o quanto é comum a negação ao tratamento pelos religiosos, muitas vezes até incentivada pelos pastores, padres ou outra autoridade religiosa.

Não abra mão de todo estudo e avanço tecnológico que a humanidade alcançou até aqui. Depressão é passível de cura ou de controle e Mentes Depressivas ajuda não apenas a entender, mas a nos colocar no trilho certo para um tratamento eficaz.

E a Dra. Ana Beatriz consegue, ainda, trazer certa beleza em meio às cinzas. Ela diz:

“A maioria das pessoas vive sem se dar conta de suas dimensões (física, mental e espiritual), mas, quando são capazes de enfrentar suas dores e seus sofrimentos advindos da depressão, uma espécie de alquimia parece acontecer: elas passam a apresentar um comportamento proativo que acaba por movê-las para o exercício pleno dos seus propósitos vitais e, quando atingem esse estado de paz de espírito, as recaídas se tornam inexistentes ou muito raras”.

Somos como o ouro que abraça nosso dedo – só ganhou brilho depois de ser peneirado, martelado e escaldado em fogo puro.

Sigamos avante porque o tempo não para e evoluir é preciso.

Um forte abraço a todos e até o próximo post.

OBS- compartilhe esse post com alguém que precisa ler ao menos algum desses livros.

 

 

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